sábado, 27 de julho de 2013

Sempre tem uma primeira vez


Rachel POV
Ajeitei melhor minhas mãos no volante, e desliguei o radio do carro para de Claire pudesse dormir melhor, estávamos voltando enfim para a nossa cidade natal : Londres.
Depois do dia turbulento á 10 anos atrás,eu tive que assumir tudo,tive que ser pai,mãe,irmã e tudo de família que Claire pudesse ter.
Com o dinheiro que eu peguei da nossa casa, daria para alguns meses sem muito esforço,consegui comprar passagens para mim e para ela,viajamos para a cidade de Liverpool.
Quando chegamos lá ,eu descobri que tinha levado a gente para uma ruína pior da qual saímos. O ônibus era clandestino, e fomos “pegas” assim que descemos, por um policial corrupto, que nos jogou em uma casa de prostituição.Claire não foi obrigada a trabalhar nos primeiros meses...já eu..fui fodida e humilhada mais do que qualquer pessoa pode suportar.
E foi piorando, porque eu tinha tudo sobre minhas costas, tinha que cuidar da minha irmã, consolar ela toda noite enquanto suas lágrimas escorriam em seu corpo machucado.Só que tudo mudou quando eu fiz 17 anos...
6 anos atrás
Continuei encarando meio sem ação o homem do outro lado da boate.Ele era incrivelmente...parecido com aquele que eu já chamei de pai.A pele morena,os olhos escuros assim como os cabelos.Chegava á ser bizarro a semelhança...ou talvez fosse minha mente tentando me assustar.
-Ta fazendo o que ai parada vagabunda ? –A voz irritante de Josh explodiu atrás de mim.Ele só gritava assim perto dos clientes quando a musica estava absurdamente alta.Revirei os olhos e comecei á andar pela boate,meus saltos me matando,odeio saltos,que nojo.
Consegui tomar coragem o suficiente para chegar até as costas do homem misterioso.Ele pareceu me sentir,se virando no momento em que eu ia cutucá-lo para que olhasse para mim.Ele olhou no fundo dos meus olhos,com expressão nenhuma á não ser de desejo.Seus olhos subiram e desceram sobre meu corpo,parando nas minhas pernas.
-Hoje é duas por uma- Falei tentando parecer o mais sensual possível, mordi o lábio involuntariamente.
Eu já tinha um plano em minha cabeça.Se ele aceitasse minhas palavras de duas por uma sem mesmo perguntar á um superior,ele era o objeto certo para o plano perfeito.
-E onde está a “duas”?-A voz dele era grossa,mas sedutora.Olhei para os lados.Claire cadê você garota? Por ela sempre se machucar,ela ficava em um cantinho para que ninguém pudesse vê-la.Por sorte consegui ver ela pegando bebida para alguém.Como por extinto ela olhou para mim,chamei ela com gestos,que veio com pressa.Ele a olhou meio que desconfiado- Quantos anos você tem,12?
-15-Ela o corrigiu baixinho.
-Assim que eu gosto,vou pegar um quarto para nós três que tal? Vinho branco ou tinto ?-Ele ofereceu.
-A promoção duas por uma é na casa do cliente- Falei rapidamente.Ele sorriu.
-Assim que eu gosto- Comemorou.
Ele indicou o caminho da saída com as mãos.Ninguém pareceu notar.Nos colocou no carro dele,era um tucson muito bonito,isso já estava dando certo demais comecei a desconfiar.Claire me olhava confusa,querendo respostas,mas eu só fitava o nada..
Na verdade,fitava nosso futuro.
(**)
-Eu já volto,esperem ai não toquem em nada-O cara disse,subindo as escadas de sua casa.Era um sobrado,decorado com móveis rústicos,era como um bar em casa.Aquele ali devia tomar todas.
-O que está acontecendo Rachel ? – Claire sussurrou,me fitando assustada.Os mesmos olhos que me fitaram naquele dia.
-Nós vamos finalmente viver o diferente- Falei somente- Faça ele beber- Acrescentei.
Ela só assentiu compulsivamente.Claire não foi feita para viver essa vida.Ela era boazinha demais,bobinha demais.
O cara desceu.Ele estava todo animadinho já,tudo o que havia entre suas pernas estava duro.
-Subam meninas-Ele disse.Subimos em silencio,ele logo em nossa frente.
A cama dele estava sem nada além de um lençol vermelho,e um travesseiro.Havia um rádio ligado tocando jazz.
Musica de viado.
Ele deitou na cama,nos fitando.
Olhei para Claire,lembrando á ela somente com o olhar o que eu havia pedido para ela fazer.
Claire subiu na cama,de quatro passando por cima do corpo dele.Ela pegou uma garrafa de uísque que estava pela metade ao lado da cama.Ela tirou a rolha com seus dentes,despejou uísque pelo pescoço,e jogou uma boa quantidade na boca dele.Considerando a marca barata do uísque...aquilo estava mais para álcool com água,o que era perfeito.
Eu fui me aproximando  dele pelos cantos da cama,peguei um travesseiro,coloquei a principio o travesseiro em cima do peito dele.Parei.Ele riu.
-O que está fazend..-Começou ele,mas eu o interrompi movendo rapidamente o travesseiro para o rosto dele,apertando com vontade.Os olhos de Claire se arregalaram.
-Claire não me olha assim,você já fez isso antes,já matou alguém antes,me ajuda ! – Eu supliquei, apertando o travesseiro enquanto ele tentava lutar comigo, suas mãos quase agarraram meu pescoço,era o meu ponto fraco desde aquele dia mas antes que ele fizesse isso,Claire apertou o outro lado do travesseiro.Aos poucos o homem foi parando de se agitar,até que seu corpo ficou flácido.
Claire me olhou meio aterrorizada.
-Como se sente?-perguntei,suspirando aliviada.Pra mim,era uma sensação de prazer maior do que sexo.
-Não sei.Eu queria estar me sentindo mal,mas não estou- Ela disse,só então suas mãos soltaram o travesseiro.
-Esse era o diferente que eu prometi. A partir de agora,quem vai machucar somos nós.
Agora
Nunca mais depois disso eu fui humilhada,só eu que humilhei,nunca mais fui machucada,só eu que machuquei,agora essas criaturas nojentas comem na minha mão...
Na nossa mão.
Depois disso nós fomos de cidade em cidade,cada noite dormindo em uma cama,e armando os corpos para que parecessem suicídio,pegando todo o dinheiro e outros itens valiosos.Nós viemos á Londres ano passado,não ficamos muito,só arrumei uns “contatos” por aqui.
Do nada Claire acorda ofegante,suando.Mal eu havia percebido que ela estava se remexendo no banco.Ela olhou meio confusa para os lados,depois me olhou.Eu acariciei seu rosto.
-De novo esse pesadelo-Não perguntei,apenas afirmei suspirando.Eu gostaria de ter esse pesadelo por ela,de ter qualquer dor por ela,para que ela não tivesse nenhuma.
-Quanto tempo falta pra chegar?-Ela ainda estava meio confusa.
-Ali está a placa - Falei,apontando para uma placa com umas luzes de neon em volta.
“WELCOME TO LONDON”
E dessa vez nós vamos ficar.

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