sábado, 17 de agosto de 2013

- VÁ EMBORA DA MINHA CASA AGORA!- Os gritos da minha mãe praticamente me deixavam surda, mas o que eu poderia fazer? Ela era a minha mãe.
- Mãe, por favor. Eu juro que não fiz nada.- Eu implorei, sentindo mais lágrimas descerem por meu rosto.
- Você transou com o seu próprio pai! VOCÊ É UMA VADIA!- Ela gritou a última parte, jogando minhas malas pelas escadas.- Vá embora agora.
- Eu não fiz isso, foi ele que me obrigou. Ele me estuprou!- Eu afirmei, vendo-a me olhar com raiva enquanto balançava a cabeça negativamente.
- Não minta para mim.- Suas palavras pingavam ódio.- Admita que você é uma vadia.
- NÃO ME CHAME ASSIM!
- NÃO GRITE COMIGO! EU QUERO VOCÊ FORA AGORA!
- NÃO!- Gritei ainda mais alto, vendo-a cerrar os olhos. Em segundos senti meu rosto arder, ela havia me batido. Meu cabelo foi puxado com brutalidade até a porta, eu não acreditava que minha mãe estava fazendo isso comigo.
- Essa casa é minha, e se eu disse que você vai embora, é porque você vai!- Ela me jogou para fora da casa, me fazendo rolar as poucas escadas até cair no chão. Observei-a voltar para dentro da casa e voltar com as minhas malas na mão, jogando-as ao meu lado.- NUNCA MAIS VOLTE AQUI SUA VADIA!
Quando a porta foi fechada eu desabei, sabia que tudo estava se acabando. Olhei a minha volta, os vizinhos curiosos (atraídos provavelmente pelos gritos) me olhavam enquanto eu pegava minhas malas do chão e saia por aí sem rumo, talvez para a ponte mais próxima. Continuei a andar olhando para o chão, a vergonha me consumia e eu não precisava de mais pessoas me julgando.
- Olha lá gente!- Ouvi um grito ao meu lado.- A vadiazinha foi expulsa de casa pela mamãe.
Fechei meus olhos com força, sem me importar em saber quem estava gritando, não fazia diferença nenhuma. E assim, com os olhos fechados e ouvindo xingamentos eu continuei andando por o que pareceu muito tempo, pelo menos para mim. Quando tive coragem para levantar a cabeça e abrir os olhos percebi que eu já não estava mais na minha vizinhança, eu estava totalmente perdida. Olhei em volta, avistando uma casa amarela, pelas sombras na cortina parecia ser uma família. Suspirei fundo antes de andar até a casa lentamente, colocando as malas ao meu lado enquanto tocava a campainha. Demorou um pouco até que um homem abriu a porta, sorrindo amigavelmente para mim.
- Posso ajudar?- Ele me olhou de cima à baixo e logo em seguida para as malas em minhas mãos.
- Sim.- Eu fiz uma pausa, pensando no que eu diria exatamente para o homem à minha frente.- Na verdade eu meio que estou perdida, e eu queria saber se poderia usar o seu telefone.
Não era totalmente mentira, eu estava perdida. E definitivamente queria usar o seu telefone.
- Sinto muito.- Ele me analisou de cima a baixo mais uma vez.- Eu não posso te deixar entrar.
- E porque não?- Coloquei minha mão na porta antes que ele pudesse fecha-la na minha cara.
- Você é uma garota que apareceu na minha casa de madrugada, eu tenho filhos, não vou te deixar entrar aqui.- Ele tirou minha mão bruscamente da porta e sem pensar duas vezes bateu-a na minha cara. Comprimi os lábios de raiva e peguei as minhas malas novamente, suspirando enquanto sentava na calçada. Olhei em volta mais uma vez, parecia ser uma vizinhança calma, pelo menos de madrugada. Avistei um gato atravessando a rua calmamente, parecia não se preocupar em ser pego, ou qualquer coisa do gênero. Uma ideia repentina passou por minha mente, uma ideia no mínimo louca. Olhei mais uma vez para o gato, o que eu tinha a perder? Era a minha última chance de sobreviver. Me levantei lentamente, tomando cuidado para não assustar o pobre animal e peguei-o no colo, sorrindo enquanto arrastava-o até o beco mais próximo.
- Vamos ver...- Murmurei para mim mesma, olhando em volta enquanto procurava qualquer coisa que pudesse me ajudar. Ao longe avistei um pedaço de madeira. Um sorriso cruzou meu rosto quando eu peguei-o e me aproximei do pobre gatinho.
- Atirei o pau no gato-to, mas o gato-to não morreu-reu-reu...- Cantorolei, rindo da minha cara de pau enquanto batia no gato repetidas vezes com o pedaço de madeira. Quando vi que o gato já estava morto apenas joguei a arma do crime longe e limpei os respingos de sangue no meu rosto. Abri a minha mala e troquei de roupa ali mesmo, não importava se alguém me visse, eu só queria sobreviver. Olhei para minha roupa e sorri ao ver que parecia uma garotinha de doze anos. Peguei o gato morto em meus braços e parei em frente a outra casa, batendo na porta rapidamente. Coloquei um sorriso no rosto e esperei até que um homem de cabelos grisalhos abrisse a porta para mim, sua cara amarrotada me dizia que ele estava dormindo.
- O que você quer?- Sua voz dura quase me fez desistir, mas eu tinha que permanecer forte.
- Eu encontrei esse gato, ele está morto e... eu queria saber se você tem um saco de lixo ou qualquer coisa que eu possa usar para joga-lo no lixo.- Me enrolei com as palavras, mas ainda sim mantendo um sorriso amigável no rosto. O senhor à minha frente ponderou a ideia por alguns segundos, mas por fim suspirou, me deixando entrar.
- Espere aqui, eu vou pegar o saco.- Sua voz agora parecia mais calma, olhei em volta, ele parecia estar sozinho. Ao lado do grande sofá havia uma garrafa intocada de uísque, que provavelmente teria sido aberta se eu não tivesse chegado. Joguei o corpo do gato no tapete totalmente branco, manchando-o de vermelho e caminhei até a garrafa, abrindo-a e jogando todo o líquido pelo chão, eu não precisava dele.
- O que você está fazendo?- Uma voz me fez virar abruptamente, olhei de relance para o homem que me observava espantado.
- Cale a boca.- Joguei a garrafa vazia contra o homem à minha frente, fazendo-o cair ao chão, inconsciente. Me aproximei mais do meu alvo, pegando a garrafa quebrada no chão e protegendo as minhas mãos com a manga da blusa antes de crava-la diversas vezes contra seu peito, fazendo o sangue jorrar para todo lado.
- Eu sinto muito.- Pedi, largando a garrafa no chão. Pensei em fugir daquela casa naquele momento, mas eu não tinha feito isso para nada. Subi as escadas correndo enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu não queria ter feito isso, não queria matar ninguém, mas era preciso. Entrei no primeiro quarto que encontrei, vasculhando todas as gavetas e lugares possíveis, meus olhos brilharam assim que encontrei um pequeno cofre, e o melhor... ele estava aberto. Ri com isso, para que ter um cofre se vai deixa-lo aberto? Peguei todo o dinheiro que ali continha, colocando-o dentro de uma mala que encontrei dentro do armário. Depois de feito, corri escada a baixo, olhando para trás antes de sair da casa, tomando cuidado para não ser vista. Agora eu sabia que teria que sair daqui, sair desse lugar. Pois por mais que você faça, sempre tem alguém te observando, alguém sempre vê. Corri o mais rápido que pude para longe, e um suspiro escapou de meus lábios quando percebi o que havia feito. Eu estava começando um novo capítulo na minha vida.  

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Continuo com 10 comentarios, eu sei q isso eh chato, mas se eu nao fizer isso vcs nao comentam nd. Bom, eh isso, bjos.

14 comentários:

  1. sua fic ta muito lgl!!!

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  2. Continua, são muito boas suas fics!!! Adoroo, a e quero saber se as fics que vc ainda não terminou vc vai terminar?

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    1. obg msmo, e respondendo sua pergunta sim eu vou terminar sim flor :)

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  3. Adorooooooo! Continua vai

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  4. Contnua...Quero saber se as Fics que tem 2ºtemporada vai ter 3º temporada???

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    1. Não, eu sempre paro na segunda. Até pq eu ja to escrevendo mais três fics pra postar aqui depois e ia ficar muita coisa :)

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  5. Liamda, Continua não presisa nem pedir, vc deveria ser escritora!

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  6. Hahahaha, Floor vc é muito boa...Continua!

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  7. To adorando... Esta PER-FECT

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